
Então… vamos completar um ano nesse caos pandêmico, nesse isolamento social que afastou abraços, beijos e bom senso. Lembro de ver pessoas fazendo aniversário e pensar em como seria ruim passar por esse momento sem poder se sentir fisicamente acarinhado. E aqui estou eu, prestes a completar a idade de Cristo e tendo que dividir o que seria uma festa em quatro mini-reuniões para continuar coerente com o que sai da minha boca. Uma confraternização, uma piscina com a família, uma pizza com poucos amigos e um café da manhã. Sorte minha que o dia treze caiu no final de semana. E se você não foi convidado, existem duas hipóteses: você ainda será ou esse texto acabou de se tornar algo constrangedor.
Ninguém aguenta mais estar engaiolado – nem os passarinhos – e acredito que quem não tem nenhum tipo de comorbidade, já começou a ensaiar como será a vida no “novo normal”, que é igual ao velho normal só que com máscara no queixo. Os ensinamentos sobre solidariedade, preocupação com o próximo, assistencialismo não foram tão contagiosos quanto ao vírus e o abismo enlarguecido no que chamamos de desigualdade social. “Respeitamos todos os protocolos de segurança” será a frase que substituirá expressões que apontam total inocência de algum ser. “Você acredita em Papai Noel? Coelhinho da Páscoa? Protocolo de segurança?”
A mídia continua a missão implacável de nos fazer respeitar o isolamento, o distanciamento, mas ninguém aguenta mais e isso é completamente natural. Não que eu ache que o certo é fingir que o vírus não existe, porém não podemos nos furtar ao fato de que somos seres sociais e um ano isolados é como se alguém pegasse um ser que pode voar, colocasse ele numa jaula sem deixá-lo fazer o seu melhor. Conseguem imaginar algo do tipo? Talvez, para que sentíssemos mais o impacto do todo, o Jornal Nacional deveria tirar uma quarta-feira só para listar todos os nomes dos mortos do dia. Assim os números ganhariam vida, ou melhor, perderiam.
Máscara, álcool em gel, distanciamento, vacina… Tá tudo mais perto do fim do que do início, gente! É tipo aquela partida que está sendo vencida por 1 x 0 e só faltam 10 minutos para o fim do jogo. O problema é que essa COVID tá mais pra 7 x 1 do que qualquer outra coisa. Engraçado, 7 x 1… como a junção do 1 e do 7 é letal para o nosso país. Será que tem vacina pra isso ou teremos que aceitar os protocolos de segurança? Ho Ho Ho!